Uma sesta por dia, não sabe o bem que lhe fazia!
Contra factos pouco ou nada há a fazer, por isso, é bom que saiba que uma simples sesta de 20 minutos a meio de um dia de trabalho pode fazer milagres, tanto à saúde quanto à produtividade de uma empresa. Esta informação assenta em vários estudos realizados ao longo de muitos anos e não há notícias de que conceituadas multinacionais como a Google, a Bulldog Gin, a Zappos,a Ben&Jerry's, a British Airways, a Nike, que arriscaram pôr em práctica esta teoria, se tenham arrependido. Pelo menos as que mencionei já dispõem há algum tempo de salas ou cadeiras especiais de descanso para os seus funcionários. Na maioria dos casos, e com as devidas excepções, a pausa não ultrapassa os 20/30 minutos, o tempo considerado ideal para que o corpo recupere a energia, melhore o estado de alerta, a performance, a criatividade, a concentração, a capacidade de aprendizagem e, consequentemente, a produtividade.
Como tal, existe em simultâneo e em notória expansão, um mercado de mobiliário adaptado a esta necessidade, para que a famosa sesta seja feita sem percalços. A Metronaps, por exemplo, criou a bem sucedida Energy Pod, eleita pela Google para proporcionar o descanso diário dos seus funcionários, na sede da empresa, em Mountain View, na California.
Cadeira da Google, em Mountain View
Porém, nem tudo são rosas. Cada cadeira tem um custo aproximado de 800 euros e nem sempre existe disponibilidade por parte de certas empresas para tamanho investimento. Nesses casos, há que recorrer a alternativas menos dispendiosas, através da criação de salas de descanso, com luminosidade reduzida, música ambiente e cadeiras reclináveis.
E desenganem-se se pensam que isto de tirar uma sesta no trabalho é coisa recente. Salvador Dali, por exemplo, não abdicava de dormitar, logo após o almoço. E para que o repouso não durasse tempo demais, recorria a uma técnica infalível: "Adormeço numa cadeira com uma chave pesada na mão esquerda, presa entre o polegar e o indicador. No chão coloco um prato para que, no momento em que a chave cair, eu possa despertar com o barulho". Dali acreditava que esta pequena sesta era fundamental para o seu bem-estar e sucesso como artista. E quem somos nós para duvidar?
Dizem os entendidos na matéria que o segredo para uma sesta bem sucedida está precisamente na duração da mesma. Um especialista do sono entrevistado recentemente pela BBC explica que "o nosso organismo está mais preparado para entrar em sono profundo entre as 2 e as 4 da manhã e entre as 13:00 e as 15:00. Por isso, dependendo da profissão, dos turnos e, obviamente, de existir ou não essa possibilidade em termos de funcionamento da empresa, é aconselhável que a sesta seja feita nestes horários. Vinte a trinta minutos é o tempo ideal. Mais do que isso o organismo acaba por entrar num nível de descanso superior e provocar um efeito contrário ao que é pretendido após o despertar".
Também Napoleão Bonaparte era adepto do descanso a meio do dia. Um verdadeiro turbilhão de energia nos campos de batalha, noites a fio debruçado sobre mapas para elaborar estratégias, tinha uma capacidade surpreendente para adormecer por breves minutos, sempre que o seu corpo assim exigia. Fosse onde fosse!
Para Thomas Edison, por exemplo, que dormia apenas três ou quatro horas por noite, a sesta era igualmente sagrada...
Em Portugal, até onde sei, eta prática não é propriamente comum mas, pelo sim, pelo não, não custa divulgar a informação. Pode ser que a moda pegue!