O "lixo" nos bastidores do jogo Portugal-Islândia
Talvez este seja o post mais curto deste blog. E o mais indignado também! Ontem fui ao Estádio José Alvalade, em Lisboa, apoiar a nossa selecção que defrontou a Islândia com uma merecedíssima vitória. Mas não é disso que se trata...
Não é novidade que existem regras de segurança que nos são impostas à entrada do estádio para que se evitem "incidentes" desnecessários. Está obviamente vetada a entrada de qualquer arma branca ou objecto que sirva para desanuviar a raiva de algum adepto noutro adepto. Logo a seguir é totalmente bloqueada a entrada de comida ou bebida (incluindo garrafas de água). Quanto à primeira imposição estranho seria se assim não fosse. Quanto à regra da alimentação tenho honestamente sérias dúvidas sobre a credibilidade da mesma. Primeiro porque não foi assim há tanto tempo que entrei exactamente no mesmo estádio com a minha sobrinha e duas belas tartes de maçã na mala. Depois, porque os seguranças exigiram a duas das pessoas que me acompanhavam que deitassem para o LIXO um pacote inofensivo de bolachas Maria, passo a publicidade...
E para facilitar a vida a quem tem a ousadia de tentar passar com as referidas bolachas, existem caixotes do lixo gigantes ali à mão que, espantem-se, estavam atolados de comida intacta, hamburgueres acabados de comprar, pacotes de bolachas, garrafas de água, sandes, etc, etc, etc. Uma das pessoas que me acompanhava recusou-se a deitar no lixo as bolachas e andou um metro para deixá-las em cima de um muro na esperança de que alguém pudesse aproveitá-las mais tarde. Foi imediatamente abordada por dois seguranças que insistiram para que as deitasse no LIXO. Enquanto isso eu entrei com uma mala e nem sequer me pediram que a abrisse. Fiquei sem saber qual é o critério de selecção nas portas de entrada deste estádio. Aliás, fiquei sem saber qual é o critério das pessoas que impõem estas regras e não se lembram que em vez de um caixote de lixo talvez uma caixa solidária fizesse melhor figura. Uma caixa que no final do jogo pudesse servir quem não tem como passar na caixa de um supermercado por falta de dinheiro. É tão clichet esta conversa não é? Pois... é esse mesmo o problema...a fome ter-se tornado um cliché! Um grande cartão vermelho a quem se cala perante situações tristes como estas!