A tribo que inspirou a Christian Dior!
Sou completamente fã das indumentárias de algumas tribos espalhadas pelo mundo. São roupas e acessórios que, inevitavelmente, transportam histórias e tradições seculares. E isso, só por si, parece-me fascinante. Já aqui falei, no blog, de uma delas, a Masai (Quénia). Hoje decidi partilhar convosco um pouco da história da tribo sudanesa Dinka, cujo estilo já serviu de inspiração, em 1997, à colecção de alta-costura da Christian Dior.
O acessório-chave desta tribo é o espartilho. Tradicionalmente chamado de Manlual, é usado pelos homens como símbolo de riqueza (normalmente calculada mediante o tamanho do rebanho). As mulheres usam o Alual, em forma de colar, também ele símbolo de fertilidade e riqueza. Vão sendo aprimorados ao longo do tempo. Quanto mais ricos são, maior a parte de trás do espartilho. Podem ser retirados após o casamento...
A história de amor que sustenta esta arte
Anyieth D' Awol nasceu no sul do Sudão e tem raízes Dinka. Emigrou para o Reino Unido, onde se licenciou em Direito, e começou a trabalhar na ONU, como activista dos direitos humanos no Sudão do Sul . Apaixonou-se, aceitou um pedido de casamento e decidiu levar o namorado para conhecer a família, no Sudão. Demorou quase 3 anos para que ele fosse aceite: “Não porque fosse branco, mas porque não era Dinka”, explicou Anyieth. No dia do casamento, a mãe lamentou que ela não usasse o famoso Alual e ela, decidiu compensá-la com a fundação “Roots Project”, em 2009. Uma organização, hoje mundialmente conhecida (podem consultar todas as informações neste site, que manteve viva a tradição de fabricar os famosos espartilhos e colares Dinka.
Anyieth D' Awol
Algumas peças feitas pelas mulheres sudanesas do "Roots Project":
Este colar Dinka está exposto no Museu de Israel, em Jerusalém, e data de finais do século XIX. Foi naturalmente fabricado pela tribo Dinka.
Colecção de alta-costura da Christian Dior, em 1997, inspirada nos espartilhos Dinka.