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Se a Inês Sabe Disto

Se a Inês Sabe Disto

21 de Novembro, 2023

O que é que a Ericeira tem?

Patrícia Teixeira

 

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Foto: @with.angelo.andre (Instagram)

Não estava por cá quando, há cerca de um mês, a Organização Mundial de Turismo distingiu a Ericeira como um dos "melhores destinos rurais, a nível mundial". Apaixonada que sou pela vila onde cresci e onde ainda moro, não podia deixar, ainda que atrasada, de deixar um post sobre o tema neste meu cantinho virtual. 

Puxo pela cabeça e não me ocorre um argumento com força suficiente para fazer-me deixar um dia a Ericeira. Quando me perguntam qual é afinal o grande encanto desta vila, por muito que evite clichês a todo o custo, só me ocorre socorrer-me da frase de Roger Stankewski sobre o Amor: "Não se explica, não se resume (...) apenas se sente". 

Numa tentativa, mesmo que corra o risco de ser falhada, transportem-se para uma pequena vila piscatória onde há mar por todo o lado. Devem ser poucos os cantos e recantos onde não se veja este azul tão singular que até deu origem, em tempos, a uma canção de Gabriel Cardoso que viralizou a expressão "Ericeira, onde o mar é mais Azul" que podem ouvir aqui. A energia ou, modernizando o vocabulário, a boa vibe que aqui paira é facilmente justificada pelas inúmeras pessoas que logo ao nascer do dia percorrem o passadiço que contorna a vila fazendo caminhadas, corrida, jovens que se aventuram no skate, surfistas que correm em direcção a uma das muitas praias que nos consagraram "Reserva Mundial de Surf" no dia 14 de Outubro de 2011. Em suma, amanhacemos com este saudável cenário e isso é quanto basta para que comece bem o dia. 

A Ericeira é um mundo de histórias, património e tradição por descobrir. Apesar do turismo ter crescido bastante na última década, o que "sobrecarrega" as praias no verão, aumenta consideravelmente o trânsito e a dificuldade em estacionar ou até arranjar uma mesa para almoçar ou jantar no centro da vila ,a verdade é que mesmo com todos esses obstáculos perfeitamente contornáveis com uma pequena dose de boa-vontade, o encanto não permanece igual ao de antigamente mas quase...!

Na Ericeira sinto que estou em permanente colisão com o sol e o mar. É aqui que acerto os ponteiros para a abstração dos dias corridos e a correr. Há sol, mar, oxigénio do bom, recantos intocados, sorrisos grandes e um charme nativo que ninguém nos tira. Venha quem vier!

 

 

20 de Novembro, 2023

O "lixo" nos bastidores do jogo Portugal-Islândia

Patrícia Teixeira

 

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Talvez este seja o post mais curto deste blog. E o mais indignado também! Ontem fui ao Estádio José Alvalade, em Lisboa, apoiar a nossa selecção que defrontou a Islândia com uma merecedíssima vitória. Mas não é disso que se trata...

Não é novidade que existem regras de segurança que nos são impostas à entrada do estádio para que se evitem "incidentes" desnecessários. Está obviamente vetada a entrada de qualquer arma branca ou objecto que sirva para desanuviar a raiva de algum adepto noutro adepto. Logo a seguir é totalmente bloqueada a entrada de comida ou bebida (incluindo garrafas de água). Quanto à primeira imposição estranho seria se assim não fosse. Quanto à regra da alimentação tenho honestamente sérias dúvidas sobre a credibilidade da mesma. Primeiro porque não foi assim há tanto tempo que entrei exactamente no mesmo estádio com a minha sobrinha e duas belas tartes de maçã na mala. Depois, porque os seguranças exigiram a duas das pessoas que me acompanhavam que deitassem para o LIXO um pacote inofensivo de bolachas Maria, passo a publicidade...

E para facilitar a vida a quem tem a ousadia de tentar passar com as referidas bolachas, existem caixotes do lixo gigantes ali à mão que, espantem-se, estavam atolados de comida intacta, hamburgueres acabados de comprar, pacotes de bolachas, garrafas de água, sandes, etc, etc, etc. Uma das pessoas que me acompanhava recusou-se a deitar no lixo as bolachas e andou um metro para deixá-las em cima de um muro na esperança de que alguém pudesse aproveitá-las mais tarde. Foi imediatamente abordada por dois seguranças que insistiram para que as deitasse no LIXO.  Enquanto isso eu entrei com uma mala e nem sequer me pediram que a abrisse. Fiquei sem saber qual é o critério de selecção nas portas de entrada deste estádio. Aliás, fiquei sem saber qual é o critério das pessoas que impõem estas regras e não se lembram que em vez de um caixote de lixo talvez uma caixa solidária fizesse melhor figura. Uma caixa que no final do jogo pudesse servir quem não tem como passar na caixa de um supermercado por falta de dinheiro. É tão clichet esta conversa não é? Pois... é esse mesmo o problema...a fome ter-se tornado um cliché! Um grande cartão vermelho a quem se cala perante situações tristes como estas!