24 de Novembro, 2022
Há tascas e tascas. Esta é única!
Patrícia Teixeira
Já não é a primeira vez que escrevo sobre a Tasquinha do Gil. E sempre que o faço sou confrontada com o mesmo obstáculo...não cair no erro de fazer uma descrição que soe exagerada aos olhos de quem nunca lá esteve, mas que é argumentada pelo enorme encanto que sinto por este espaço. Também não quero cometer a injustiça de omitir predicados que fazem deste lugar um dos mais encantados que já conheci.
Posto isto, deixo de lado a auto-censura e convido-vos a fazer uma pequena viagem por esta tasca que já foi o segredo mais bem guardado do concelho de Mafra. Hoje, felizmente para quem nele apostou, é um nome que já anda de boca em boca há bastante tempo. A boa notícia é que apesar disso o espaço mantém-se fiel a si próprio e resiste às modernices e à gula do dinheiro rápido.
Não é fácil lá chegar. A Tasquinha do Gil situa-se na Aldeia da Mata Pequena, sobre a qual escrevi há dias aqui no blog, muito bem escondida entre vales e planíces, no concelho de Mafra. Mas com GPS ou uma dose de boa vontade, porque como reza o ditado e muito bem "quem tem boca vai a Roma", acabam com toda a certeza por lá chegar. A fachada da tasca é logo o primeiro indício de que estamos a chegar a um lugar diferente. É difícil adivinhar o que nos espera lá dentro. E é então que começa uma deliciosa viagem no tempo apoiada numa decoração que transporta muitas gerações para memórias de outros tempos, de infâncias que já não se repetem. Todos esses objectos decorativos vieram de casas de família, de pais, avós e bisavós e também de algumas feiras e lojas de antiguidades. Dizem os prorietários que andam sempre "numa busca constante. Sempre que algum de nós vê alguma coisa que acha que faz sentido tentamos trazer para "preencher" um bocadinho mais a tasquinha".
E por falar nisso, vamos recuar ao início deste projecto que abriu portas em Outubro de 2012. Tudo começou com uma coincidência. Filipe Reis era então um jovem a concluir a licenciatura em Produção Alimentar em Restauração na Escola Superior de Hotelaria do Estoril. Cristina Grais e Carlos Costa estavam numa fase mais atribulada a nível profissional. Ouviram dizer que existia um espaço disponível para explorar na área da restauração e não pensaram duas vezes. Uniram esforços e, como eles próprios afirmam, "lançamo-nos de cabeça em busca de melhores condições profissionais que aquelas que se perspectivavam na altura". Hoje, o Filipe é o chef de cozinha, a seu lado tem Cristina como sub chef e, no atendimento ao público, o Carlos toma bem conta do recado. Digo-o vezes sem conta e repito...obrigada por terem criado a tasquinha do meu coração. Por todo o amor e empenho que nela investem.
Continuando....Na Tasquinha do Gil tudo é genuíno, tudo é encantador, tudo é delicioso. A ementa é composta por uma diversidade de iguarias onde é evidente a fusão dos sabores tradicionais com uma pitada deliciosa de novos paladares. E há de tudo, para todos os gostos! A preços bem convidativos. Destaque para a carta de vinhos muito bem composta, para os sumos naturais e outras bebidas que complementam a refeição. E como não podia deixar de ser, a carta de sobremesas é uma verdadeira tentação para os mais gulosos. Torna-se difícil escolher só uma! E esqueçam o café expresso. Ali, como manda a tradição, temos o café que era servido como na casa do nossos avós.
Quanto à paisagem envolvente, contem ficar deslumbrados com o que vão encontrar na esplanada. Uma vista de planíces e montanhas, onde se avista até o Palácio da Pena, em Sintra, e onde podemos ver os animais que por ali andam e que ajudam a dar ainda mais charme e autenticidade a este lugar. E é por causa dessa genuinidade que lá voltamos vezes e vezes sem conta. E saímos sempre felizes!
O texto já vai longo por isso, acho que nada melhor que saírem deste meu cantinho para visitar o perfil do Instagram de @angelo.m.andre, onde encontrarão um curto e maravilhoso vídeo da Tasquinha do Gil. Poderão desta forma "senti-la" mais de perto.
Uma semana feliz a todos!