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Se a Inês Sabe Disto

Se a Inês Sabe Disto

13 de Setembro, 2017

Se o Tony Carreira fosse o único a plagiar...

Patrícia Teixeira

 

 

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Isto do Ministério Público se ter lembrado agora de processar o Tony Carreira por plágio (e fazer disso um alarido daqueles que se ouve na China), não sei se me dá para rir ou simplesmente para considerar só estúpido. É que, meus senhores, para começar surpreende-me bastante o facto de só agora terem descoberto a "pólvora". O Google, por exemplo, há vários anos que divulga a lista discriminada dos plágios e respectivos autores. E se fosse só o Tony estávamos nós bem! Neste blog, por exemplo, há mais de um ano publiquei o texto que se segue...

Sinceramente, os plagiadores que se entendam com o Ministério Público. Quanto a mim, continuo a achar o Tony o maior. Que pague o que tem a pagar, se tiver de fazê-lo, mas que não deixe Portugal e o mundo sem os seus "Sonhos de Menino". 

"Foi esta a minha reacção quando ouvi, pela primeira vez, há uns anos, o tema "Joana", na voz do cantor alemão Peter Wackel. Estava a passar férias numa estância de ski, em Engelberg (Suíça), e embora não fosse novidade que parte dos grandes êxitos do Marco Paulo são versões de outros cantores (um facto assumido pelo próprio), confesso que não consegui evitar aquela euforia de quem parece que descobriu a pólvora. No mesmo dia, bastou uma rápida pesquisa na internet para ficar a saber que, afinal de contas, não existe só a Joana do Marco e a Joana do Peter. A versão original deste tema foi lançada em 1985 pela voz de Roland Kaiser. E para o caso de nunca terem ouvido nenhuma das versões, aqui estão elas:

Peter Wackel (2008)

Roland Kaiser (1985)

04 de Setembro, 2017

O que é que o Avante tem?

Patrícia Teixeira

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Porque ele participa activamente nesta festa, era óbvio para mim que fosse o Edmundo Gonçalves, também autor deste blog, a escrever sobre o tema. Para ele foi mais óbvio pedir-me que o fizesse. Porque foi a minha estréia como espectadora do Avante, porque sou imparcial quanto às motivações políticas inevitavelmente entranhadas nesta iniciativa e talvez porque a intenção seja mesmo essa...mostrar, sem filtros, que a tal "festa dos comunistas" é, afinal, a festa mais despreconceituosa e democrática a que já assisti. 

Para começar ali somos tratados por camaradas. E cada um interpreta isto da forma que bem entender. Os camaradas são os afiliados do mesmo partido político e cá na minha terra não é diferente. Mas no dicionário da Língua Portuguesa e no conceito das pessoas com quem convivo, os camaradas são também os amigalhaços, aquela "seita" do companheirismo e da amizade. E foi isso mesmo que ali senti. O Avante pode até ser a forma como o PCP vê o mundo. Mas se lá formos dar uma espreitadela, não querendo dar um ar romântico à coisa, prevalece um espírito quase enternecedor de solidariedade nacional e internacional. Aliás, justiça seja feita, esta festa não se fazia, independentemente do orçamento, sem uma componente muito importante de militância, de trabalho voluntário. 

Estão ali representados os distritos de Portugal e alguns países que todos os anos rumam à Quinta da Atalaia, na Amora (Seixal), para colaborar na festa. Há naturalmente iniciativas políticas espalhadas por todo o lado mas só lá vai quem quer. De resto, existem para mais de 80 barraquinhas, espaços de refeição e petiscos, animação, artesanato, concertos e tudo o que precisamos para sair dali de barriga e coração bem aviados. Em nenhuma outra festa, e acreditem que sou "batida" em festivais e eventos do género, tinha dado de caras com uma sintonia tão grande entre as gerações que por ali passam. Há gente com mais de 80 anos e há bebés de colo. E por falar nisso, o desporto também já é uma tradição enraizada no Avante. Este ano existiram cerca de 30 modalidades, desde as mais radicais, como a escalada, às mais tradicionais, como a malha e os matraquilhos. Para os mais pequeninos, foi criado um espaço bastante arborizado com insufláveis, pinturas faciais, yoga para crianças, jogos de água, além de música e teatro dedicado aos mais pequenos.

Não querendo alongar-me muito mais no assunto, até porque só lá estive um dia e falo-vos apenas do que vi, o que retirei do Avante é que ali não há sombra de desconforto possível por estarmos rodeados de pessoas com ideais políticos diferentes dos nossos. Devia haver, isso sim, uma abertura e humildade para reconhecer que só gente com muita convicção consegue levar avante uma festa desta dimensão. Dotada de um civismo e capacidade de organização louvável. Os comunistas trabalham ali por convicção e, até onde sei, de graça. Se no final disto tudo sobra muito dinheiro para o partido, acho lindamente, fizeram por merecê-lo! Ao longo de 41 edições , quer se queira quer não, passaram e ultrapassaram com sucesso todos os obstáculos.  Esta festa convenceu-me!  Parabéns ao Partido Comunista Português por não aproveitar o pretexto para tentar convencer nem manipular opiniões de quem não está para aí virado e parabéns aos milhares de pessoas de outras cores políticas que participaram e ajudaram a transformar mais uma edição do Avante num sucesso. É importante enxotar estereótipos e esta festa é ideal para isso. Adorei, e voltarei com toda a certeza para o ano!